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03/01/2007 - 19h11
Força Nacional de Segurança atuará nas divisas do Rio, diz Cabral
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CLARICE SPITZ
da Folha Online, no Rio
A FNS (Força Nacional de Segurança) atuará inicialmente nas divisas do Estado do Rio impedindo a entrada de drogas e armas. O governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) disse que a data para o início das operações e o tamanho do efetivo serão discutidos, mas que os homens virão "gradualmente" até a realização dos jogos Panamericanos, em julho.
Segundo Cabral, PM e Polícia também vão requisitar ao governo federal a utilização de helicópteros, embarcações e outros equipamentos das Forças Armadas no combate ao crime, além de treinamento. A FNS vai atuar em parceria com a Polícia Rodoviária Federal, a Polícia Civil e a Polícia Militar.
O governador também prometeu solicitar ainda hoje ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a ação das Forças Armadas no patrulhamento ostensivo no entorno das unidades militares do Estado.
"É o começo de um trabalho conjunto, é profilático. Estamos enfrentando um problema crônico de décadas que precisa ser encarado com sabedoria, sem pirotecnia ou arranjos provisórios", disse Cabral. "A Polícia Civil a Polícia Militar são insubstituíveis, estamos tratando parcerias", disse o governador.
Na próxima semana, Cabral se reúne com os demais governadores do Sudeste -- o mineiro Aécio Neves (PSDB), o paulista José Serra (PSDB), o capixaba Paulo Hartung (PMDB) e os respectivos secretários de segurança-- para uma região do gabinete de gestão integrada da região. "Acabou a época do fazer sozinho, de disputar espaço na gestão de segurança", afirmou Cabral.
Ataques
No primeiro dia da onda de violência, na quinta-feira (28 de dezembro), além dos ataques a tiros contra forças policiais, ônibus foram incendiados. Um deles, da viação Itapemirim, foi interceptado na via que liga a avenida Brasil à rodovia Washington Luís. Foi o dia de ações mais violentas.
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Os criminosos roubaram objetos dos passageiros e atearam fogo no veículo, que fazia a linha Cachoeiro de Itapemirim (ES) - São Paulo. Sete dos 28 passageiros morreram na hora, carbonizados. Uma oitava vítima morreu domingo, no hospital.
Na semana passada, autoridades divergiram sobre as causas da violência. Para o então secretário da Segurança, Roberto Precioso, os atos podem ter sido motivados por possíveis mudanças na política da administração penitenciária, com a mudança de governo. Já o secretário da Administração Penitenciária, Astério Pereira dos Santos, disse que as ações foram uma reação às milícias de policiais e ex-policiais que tomam conta de morros e favelas na cidade.
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