segunda-feira, janeiro 28, 2008

Antes e depois...





















A viagem com destino certo, mas sem grandes planejamentos, era um desejo compartilhado pelo bonito e por mim.
Pegar o carro e ir.
Parar onde desse vontade, fotografar e curtir a vista.
Pernoitar onde fosse confortável, mas mais em conta.
Sem pressa.
Sair da rotina de prazos e de cronogramas.
Esquecer do corre-corre do nosso dia-a-dia.
Curtir apenas.
Aproveitar e relaxar.
E foi assim ao longo do primeiro, segundo e parte do terceiro dia.
A Rio-Santos e todas as suas belas cidades costeiras foi o nosso primeiro caminho.
Em Paraty e Ilha Bela paramos para almoçar e comprar coisinhas, em Angra para fotografar apenas. Em Santos conhecemos a Vila Belmiro, pro delírio do bonito, rs.
Em Caraguá e Peruíbe pernoitamos.
No caminho belas montanhas, praias maravilhosas, parte do que ainda resta da Mata Atlântica, cidades pequenas, cidades grandes.
O terceiro pernoite, no dia 8/1, seria em Curitiba, onde eu conheceria parte da família dele.
De lá seguiríamos, devagar e sempre, rumo à Floripa, nosso destino final.
A BR 116, mais conhecida como Regis Bittencourt, passou a ser o nosso caminho. Infelizmente, obrigatório.
E lá fomos interrompidos por uma mistura que não se mistura, mas que quando se junta boa coisa não faz: água e óleo.
Em frações de segundo o mundo virou de pernas para o ar, literalmente.
Sensação muito estranha. Um misto de espanto, impotência, medo, alívio, incompreensão, dúvida, e o que mais não consigo descrever. Tudo junto.
O carro, destruído.
O teto virou chão, o chão virou teto.
Nosso sustento vinha do cinto de segurança.
Depois de soltos, a janela virou porta.
O acelerador, portanto, teimava ainda em continuar a me prender...
O chão de grama ganhou brilho graças aos muitos caquinhos de vidro.
Nossas coisas espalhadas ao redor, banhadas em combustível.
Já de pé, olhávamos pra nós mesmos, em busca de algo errado.
Encontramos alguns cortes, sangue, grama, terra, vidro, mas corpos inteiros.
Muitas pessoas ao redor, solícitas, ajudando ou querendo ajudar, surgiram nem sei de onde.
Nada foi usurpado, todos os nossos bens preservados.
Fomos atendidos, e continuamos a "viagem" numa ambulância, imobilizados, ainda confusos com tudo o que acontecia.
Hoje entendo quando alguém se refere à alguma situação vivida como se fosse um sonho, como se não fosse real.
Por uma vez fechei os meus olhos e tive a certeza que acordaria naquele hotelzinho simples na beira da praia de Peruíbe...
Ambulância, macas, colares cervicais, tábuas de imobilização.
Pronto-Socorro, Raio X, perguntas, verificação de pertences, pulseiras de identificação nos braços.
Tudo isso era novidade pro bonito, mas acho que muito mais pra mim.
Não prever o que seria feito conosco era impossível de impedir.
Sempre estive do outro lado. Do lado de quem cuida.
Não consigo descrever o que senti.
Nenhum osso quebrado.
Nenhum trauma grave.
Impossível de acreditar, principalmente depois de ver o carro, no dia seguinte, no pátio da PRF, após a alta do hospital.
Então eu me lembrei de um texto da Palavra que diz:

" O ANJO DO SENHOR ACAMPA-SE AO REDOR DOS QUE O TEMEM E OS LIVRA".
(Salmos 34:7)

terça-feira, janeiro 01, 2008

Feliz 2008 pra todos nós!

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