sexta-feira, março 02, 2007

Cartão postal é entregue com 90 anos de atraso na Inglaterra

Walter Burns era, em 1917, um soldado britânico em combate na Primeira Guerra Mundial.
Das trincheiras ele enviou um cartão postal para sua noiva à época, Amy Hicks.
Ela, entretanto, nunca chegou a receber a correspondência.
Mas isso não impediu o amor entre os dois.
Walter retornou da guerra e se casou com Amy dois anos mais tarde.
Eles permaneceram juntos até a morte dela em 1978.
Walter morreria no ano seguinte, aos 82 anos.

A história de amor do casal voltou à tona há poucas semanas, quando o postal, que provavelmente ficou perdido em um acampamento militar durante o conflito, finalmente foi entregue.
O carteiro Martin Kay encontrou-o em meio à correspondência rotineira do correio da cidade de Swindon e, com a ajuda de historiadores, localizou Joyce Hulbert, 86, filha de Walter e Amy.
O cartão, com 90 anos de atraso, enfim encontrou um destinatário.
Nele o soldado Walter apenas havia enviado uma mensagem para confortar sua amada:
"Estou bem."


Depois de ler essa história, fiquei pensando...
E se o soldado não tivesse voltado, e o final da história não fosse feliz?
Esse cartão poderia ter feito diferença na vida da que era, na época, noiva dele?
Talvez, naquele momento, a ansiedade gerada pela falta de notícias poderia ter sido amenizada com a chegada do postal...

Mas isso é algo quase inimaginável no mundo "informatizado" e "globalizado" em que a maioria de nós vive hoje, não é mesmo?
Enquanto pensava sobre isso me bateu uma saudade tremenda da época em que gastávamos tempo indo à papelarias, escolhendo cartões, escrevendo neles, comprando selos, colocando-os nas caixinhas de correio, ou até mesmo enfrentando as filas enooormes nas agências...

Aí fiz mentalmente alguns caminhos que faço todos os dias, tentando "visualizar" ao menos uma dessas caixas de correio, amarelinhas, sobre aquele poste azul marinho...
Não consegui lembrar de nenhuma!
Amanhã vou fazer alguns desses caminhos de verdade, e ver se a minha memória me pregou mais uma peça, ou se ela tem mesmo razão.

Tenho a maioria das cartas e cartões que recebi na minha adolescência e início de vida adulta. Guardados, separados, conservados.
Há alguns dias atrás li algumas cartas que um grande amigo, o W., agora lá nos States, me mandava quando estudava numa instituição militar aqui em Cps.
Ironicamente, hoje quem mora perto dessa instituição sou eu, algo que na época jamais poderia ter imaginado. Rs. Foi uma experiência deliciosa, nostálgica, e feliz.

É que hoje tudo é tão imediato e instantâneo - me refiro a coisas como fax, e-mail, torpedos, celular com rádio, e tantos outros meios da gente se comunicar rapidamente - que a gente nem conhece mais a letra que cada um tem.
Afinal, até os cartões também se tornaram virtuais. Nada contra, ao contrário, pois sou uma grande "usuária" deles.
Mas o fato é que não sabemos mais qual é a sensação de esperar o carteiro, e ver se no meio das contas (porque essas sim, nunca vão parar de chegar!) está aquela correspondência que poderá fazer a diferença nas nossas vidas durante um dia, ou quem sabe de toda uma semana!

Acho que vou dar uma retrocedida no tempo, e tentar experimentar essa sensação gostosa de novo.
Quem sabe um cartão meu não faz a diferença no dia de alguém?
Assim como poderia ter feito diferença, prá Amy, aquele postal do Walter que não chegou...
Quem sabe???
;)

1 comentário:

F. disse...

Enviada por Johnny Galavoti
01/03/2007 - 8:59
Publicado em Minha Notícia, página do iG.