terça-feira, dezembro 26, 2006

João de Barro, o Braguinha


29/03/1907 - 24/12/2006

Às vésperas de completar um século de vida, morre aos 99 anos, de falência múltipla dos órgãos (causada por uma infecção urinária que generalizou-se) Carlos Alberto Ferreira Braga. Nascido no Rio de Janeiro, em 29 de março de 1907, foi o primogênito de um casal de classe média : Jerônimo José Ferreira Braga Neto e Carmen Beirão Ferreira Braga.

Residente na Gávea, tendo também Botafogo como cenário de sua infância, passou sua adolescência em Vila Isabel, onde seu pai era diretor da Fábrica de Tecidos Confiança.

Cursou o ginasial no Colégio Batista, onde conheceu Henrique Brito, violonista, que lá foi estudar com uma bolsa de estudos que ganhara do então governador de sua terra natal (RN), tamanho eram seus dotes de instrumentista. Essa amizade despertou em Braguinha o interesse e a vocação pela música, fazendo com que ele, aos 16 anos, compusesse sua primeira obra (letra e música), de nome Vestidinho Encarnado.

Era chamado de Carlinhos na família e de Braguinha pelos amigos, mas foi na época da faculdade que passou a se chamar de João de Barro. Estudante de arquitetura, inspirou-se no pássaro arquiteto para criar o pseudônimo, uma vez que seu pai não queria o nome de família envolvido com música popular, devido aos preconceitos que marcavam essa época.

Braguinha nunca soube ler música e sempre compôs de ouvido. Mas soube contagiar as multidões como a da Sapucaí, que pedindo bis, fez com que a Mangueira retornasse ao desfile, desta vez percorrendo, no sentido contrário, a Marquês de Sapucai, em 1984.

BIS para aquele que foi e sempre será uma das figuras mais importantes da nossa música popular brasileira.


CARINHOSO
(Braguinha e Pixinguinha)

Meu coração
Não sei por quê
Bate feliz quando te vê
E os meus olhos ficam sorrindo
E pelas ruas vão te seguindo
Mas mesmo assim
Foges de mim

Ah! Se tu soubesses
Como eu sou tão carinhoso
E o muito e muito que te quero
E como é sincero o meu amor
Eu sei que tu não fugirias mais de mim

Vem, vem, vem, vem
Vem sentir o calor
Dos lábios meus
À procura dos teus
Vem matar esta paixão
Que me devora o coração
E só assim, então
Serei feliz
Bem feliz.


Quem com pelo menos mais de 30 anos não conhece essa obra-prima da música popular brasileira? A música que foi conhecida por muitos na propaganda do "Chambinho, o queijinho do coração" (lembram?), fez parte da minha infância, e faz até hoje.

Não são raros os momentos em que me pego assoviando ou cantarolando essa canção.
Muitos pensam que a autoria dela era somente de Pixinguinha, mas ela foi feita em parceria com Braguinha.

Ele fez diferença em seu tempo, no meio musical, em nosso país. Foram muitas as canções e marchinhas.
Há um site maravilhoso, idealizado pela única filha dele, Maria Cecília, que vale a pena ser visitado. Foi criado para homenagear os seus 90 anos. Lá tem biografia, fotos, composições e memórias deste grande artista que vai deixar saudades.
http://braguinha.ag.com.br/

1 comentário:

F. disse...

Informações resumidas do site braguinha.ag.com.br e do Jornal Último Segundo, do iG.